No dia em que 100 mil mulheres de todo o Brasil ocuparam Brasília para a 7ª Marcha das Margaridas,çãonoprimeirodiademarçjogo x man atari - o Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (15), o Projeto de Lei nº 63/2018, que inscreve o nome de Margarida Maria Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. De autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS), a matéria agora segue para sanção presidencial.
A trabalhadora rural paraibana Margarida Maria Alves foi uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país, sendo perseguida por proprietários de terras e assassinada em 12 de agosto de 1983, na porta de sua casa, no município de Alagoa Grande (PB). A militante dá nome à Marcha das Margaridas, cuja 7ª edição foi iniciada nesta terça-feira (15), em Brasília, e segue até quarta (16).
Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a Marcha é uma ação das mulheres do campo, da floresta e das águas para conquistar visibilidade perante o poder público e reconhecimmento social.
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Programação desta terça (15)
Na manhã desta terça, o evento foi aberto por meio de uma sessão solene realizada no Senado Federal. Já à noite, as participantes se reuniram no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, para a abertura político-cultural oficial.
"Só estamos aqui porque fomos capazes de colocar no seu devido lugar aquele que afrontou a nossa democracia, porque, sem democracia, não há como marchar. Sem democracia, o que fazem é tentar nos calar", exclamou Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em referência ao período do governo Bolsonaro (2019-2022).
Ovacionada pelo público, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, encerrou sua fala cantando "Nos bailes da vida", composição de Milton Nascimento e Paulinho Moska.
A abertura do evento, realizada na noite desta terça, contou com a presença dos ministros Sonia Guajajara (Povos Indígenas), Margareth Menezes (Cultura), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Nísia Trindade (Saúde), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Ana Moser (Esporte), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).
Ao longo desta terça (15), foram realizadas oficinas, rodas de conversas, mostra nacional da agricultura familiar e apresentações culturais no Pavilhão de Exposição.
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Milhares de mulheres de todo o Brasil participam da abertura da 7ª Marcha das Mulheres nesta terça (15), em Brasília / Flávia Quirino
Caminhada nesta quarta (16), com presença de Lula
Na quarta-feira (16), às 7h, as manifestantes sairão em marcha em direção à Esplanada dos Ministérios, onde ocorrerá um ato nas proximidades do Congresso Nacional com a presença do presidente Lula, que deverá apresentar a resposta do governo à Pauta da Marcha das Margaridas 2023, entregue pelo grupo em junho deste ano ao Congresso Nacional e ao governo.
Entre as reivindicações, o movimento pede a retomada de políticas públicas desmontadas nos últimos anos, além da construção de novas políticas. Entre as pautas principais estão demandas relacionadas ao apoio à produção das mulheres na agricultura familiar, trabalho e previdência social, saúde, educação e enfrentamento à violência. Nesse último, solicitam a criação e o funcionamento do Fórum Nacional de Elaboração de Políticas para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo e das Florestas.
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Assista à abertura da 7ª Marcha das Margaridas:
Com informações de Flávia Quirino
Edição: Rodrigo ChagasRelacionados
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